Archive for the ‘ECONOMIA’ Category

NÃO CONSIGO COMPREENDER…

Ainda vai havendo coisas que não compreendo. É certo que não me esforço muito, mas não sei se é por preguiça ou por ter a consciência de que não vale a pena e o esforço resultaria inglório.
Vejamos:
Os bancos BPP e BPN estão à beira da falência. Pelo que consegui deduzir, alguém usou mal o dinheiro dos depositantes. Mal ou bem, depende dos pontos de vista, claro. Os depositantes estão a arder, mas a preocupação é “salvar os bancos”.
Acabo de ouvir que um outro banco – “Finantia”, se não estou em erro e se os neurónios não me pregaram uma partida – que está atrapalhadinho, e aguarda serenamente que o Estado – ou seja, NÓS – o salve dea falência. Os depositantes, vai-se ver…
Ora, a minha incompreensão começa aqui: um banco NÃO PODE abrir falência, mas uma fábrica PODE; o Estado – ou seja, NÓS – deve ajudar o banco, mas tem a “obrigação” de se borrifar olimpicamente para os depositantes. E um depositante bancário não significa, necessariamente, depositante rico. Estes não têm problemas com falências bancárias, já que não há notícia de uma “off-shore” falir.
E eu pergunto: não seria muito maos económico e honesto que o Estado (ou seja, NÓS, apesar de tudo) devolvesse o dinheiro aos depositantes, deixasse falir os bancos, e obrigasse os administradores a mudar de tacho? De preferência dando-lhes um tacho equivalente ao Rendimento Social de Inserção?

AS PERPLEXIDADES…

Somos um país de perplexidades. E devemos estar felizes por isso, porque não há nada pior do que viver num país onde nada acontece. É o chamado “marasmo contemplativo do quotidiano medíocre”, como dizia um colega meu (não sei se ainda diz, que há muito que não o vejo).
Por alturas de Junho/Julho, os preços do petróleo subiram para preços impensáveis. Logo tudo o que era “istas” (taxistas, camionistas, logistas, etcistas) quis ver aumentados os seus benefícios: aumento de bandeirada, subsídios ao gasóleo, e por aí fora. E o consumidor viu os seus magros rendimentos a serem acometidos de tísica galopante.
O petróleo já está ao preço da uva mijona, de tal modo que os “sheiks” e outros pobretanas já querem reduzir a produção. Estão a mexer-lhes no bolso. Mas, mesmo assim, os preços vão aumentar “por causa do preço dos combustíveis”. É o pão, é a electricidade, e o que mais adiante se verá. Então essa do pão ainda é mais escandalosa: o preço dos cereais baixou cerca de 40% (quarenta por cento!!!).
Entretanto os socretinos vão assobiando alegremente para o lado, certos que estão de conseguir cavar, mais ainda, o fosso entre pobres e ricos.
Que é para isso que eles estão vocacionados.

ACERCA DA ENGENHARIA

Refiro-me à engenharia financeira, naturalmente. Confesso que não sei explicar o que é, mas sei como se faz. Digamos que é uma forma de aumentar os rendimentos através do uso de artifícios que, não sendo fraudulentos, no sentido restrito do termo, acabam por deixar dúvidas quanto à moralidade.

1) – A EDP que, como se sabe, tem vindo a acumular milhões em lucros, tem um sistema que, aparentemente, benificia o consumidor. É o sistema denominado “conta certa”, ou coisa assim. A partir de dados registados, efectua um cálculo dos gastos efectuados pelo consumidor. Depois, o consumidor paga, mensalmente, a mesma importância. Ao fim do ano, a EDP acerta contas com o consumidor e, normalmente, acaba por devolver algum dinheiro. O que muito alegra o consumidor que, chegando ao fim do ano, recebe aquele dinheiro com que não contava.
Entretanto, o dinheiro esteve no Banco, a render… para a EDP. Que, naturalmente, não devolve os juros ao consumidor. Multiplique-se pelos milhares de consumidores…
2) – Com a implementação da Internet e o seu constante alargamento aos lares portugueses, algumas empresas acharam – e eu concordo! que era altura de tomar uma atitude ecológica. Desprezando, olimpicamente, o facto de haver plantações de árvores especificamente para o fabrico de papel, e fazendo o possível por ignorar que toneladas de mobílias são feitas, todos os dias, a partir de árvores que NÃO foram plantadas para isso, pretendem salvar a floresta. Como? incentivando os clientes a aderirem às facturas electrónicas. E eu fico emocionado, com uma lágrima ao canto do olho. Porque as empresas vão poupar muitos euros em papel que não compram, e em estampilhas de correio que deixam de gastar. Sem que esse ganho se reflita no custo ao consumidor final, claro.
3) – Toda a gente está de acordo: o Homem (leia-se “o ser humano”) está a ver aumentada a sua esperança de vida, e as suas capacidades intelectuais mantêm-se por muitos mais anos. De tal modo que se pretende que o Homem se reforme cada vez mais tarde. 
Quer dizer, parece que não é bem assim… Parece que, afinal, o Homem está a perder as suas capacidades cada vez mais cedo. De tal modo que a primeira renovação da carta de condução era feita aos 65 anos, e agora passa a ser aos 50.
Tenham calma!!! O que se passa é que o Sr. José Sócrates (ou alguém por ele) encontrou maneira de ir buscar mais algum dinheiro. Nem que, para isso, vá passando atestados de senilidade aos portugas. Quer tenham votado nele, ou não.
Pronto. Afinal, parece que já sei definir “engenharia financeira”. Mas que demora muito tempo a explicar, lá isso é verdade.

OS COMBUSTÍVEIS

Só um político incompetente, ignorante e ingénuo é capaz de pensar que, em Portugal, liberalizar os preços seja do que for significa que esses preços baixam. Para nosso azar, temos políticos que conseguem reunir as três virtudes que acima enumerei.
A nossa História (a verdadeira, e não aquela que nos é ensinada na escola) está recheada de episódios que mostram a ancestral e atávica apetência para enriquecer rapidamente, sem muito trabalho e, se possível, à custa dos outros.
Seja-me perdoada a redundância: enriquecer, só mesmo à custa dos outros. Só se pode ser rico se houver pobres. E quanto mais ricos forem uns, obviamente mais pobres serão – terão de ser – os outros. Acho que nem o senhor de La Palice era capaz de chegar a tão brilhante conclusão. Adiante.
Deixando para trás as conquistas e os consequentes saques, mais o ouro do Brasil, situemo-nos numa época mais recente: os milhões da então Comunidade Europeia que, tendo destinos bem definidos, acabaram nos bolsos de alguns. Prática que continua a ser seguida, felizmente.
Aquando do Euro-2004, e porque se previa uma grande, procura alguns estabelecimentos de café aumentaram escandalosamente os preços. A procura parece não ter correspondido às expectativas, mas nem por isso os preços baixaram. Aliás, não baixaram mesmo depois de ter acabado o Euro 2004.
Em Junho findo, uma “crise” desencadeada por um “lock-out” ilegal mas deixado impune, fez disparar os preços de alguns bens. Normalizada a situação, era de esperar, legitimamente, que os preços desses bens voltassem a baixar. Foi o que se viu.
Durante algum tempo, os preços do crude dispararam até valores que só existiam na imaginação (mas passaram a existir na realidade). Tudo quanto era movido a combustível quis ver – e viu! – aumentados os preços dos serviços e/ou produtos. Os táxis, por exemplo. Mas os combustíveis baixaram. Não tanto como o crude, mas baixaram. E os preços?
Ainda no mês de Junho, com os preços do crude em alta, uma garrafa de gás butano custava 21,25€; em Agosto, com os preços a baixar, custava 21,45€. Ou seja, mais vinte cêntimos. 40$00 em moeda portuguesa.
Não se pode, em consciência, exigir que a Galp proceda de maneira diferente.
Ela é portuguesa.

BOAS NOTÍCIAS…?

De vez em quando sabe bem ter conhecimento de boas notícias. Só que, tal como tudo na vida, também as boas notícias são relativas, isto é: podem ser boas notícias para uns, mas nem por isso para outros.
Vamos a factos: a comunicação social tem vindo, através dos seus meios, a dar conhecimento das sucessivas baixas dos preços do crude. Ora, em teoria, isto devia ser uma boa notícia para toda a gente, já que os preços do crude arrastam todos os outros preços. Assim, a boa notícia seria que, atrás do crude, iriam baixar os preços do pão, de todos os bens essenciais cujos preços subiram com o preço do crude, dos transportes, das viagens aéreas (a TAP vai voltar, novamente, a ter lucro, não vai haver despedimentos), enfim, etc.
Mas a prática vai mostrar-nos que estamos em Portugal, país habitado, maioritariamente, por portugueses. E que os preços se vão manter, para gáudio dos espertos do costume. Vai ser mais uma oportunidade para alguns encherem (mais) os bolsos, enquanto a maioria continua a apertar o cinto.
Estarei enganado?

BOAS NOTÍCIAS…?

De vez em quando sabe bem ter conhecimento de boas notícias. Só que, tal como tudo na vida, também as boas notícias são relativas, isto é: podem ser boas notícias para uns, mas nem por isso para outros.
Vamos a factos: a comunicação social tem vindo, através dos seus meios, a dar conhecimento das sucessivas baixas dos preços do crude. Ora, em teoria, isto devia ser uma boa notícia para toda a gente, já que os preços do crude arrastam todos os outros preços. Assim, a boa notícia seria que, atrás do crude, iriam baixar os preços do pão, de todos os bens essenciais cujos preços subiram com o preço do crude, dos transportes, das viagens aéreas (a TAP vai voltar, novamente, a ter lucro, não vai haver despedimentos), enfim, etc.
Mas a prática vai mostrar-nos que estamos em Portugal, país habitado, maioritariamente, por portugueses. E que os preços se vão manter, para gáudio dos espertos do costume. Vai ser mais uma oportunidade para alguns encherem (mais) os bolsos, enquanto a maioria continua a apertar o cinto.
Estarei enganado?